Aprendei a prestar conta minuciosa de vossa alma, de vossa vida, a Nosso Senhor. Manifestai-Lhe todos os vossos pensamentos, desejos e tristezas. Conversai com Nosso Senhor, simples e singelamente, como se Ele fosse outro de vós mesmos. Portai-vos qual filho amoroso, todo abandonado ao divino Mestre.
Mas, nesse trabalho de amor, não faleis sempre; ficai algumas vezes em silêncio junto a Jesus, alegrai-vos em vê-lO, em fitar nEle os vosso olhos, em ouvi-lO, em repousar aos seus pés. A palavra genuína de amor é antes interior do que exterior.
Adormecei amiúde no Coração de Jesus, como São João (cf. Jo 13,23). Que belas coisas aprendemos nesse sono suave do silêncio interior! Que despertar corajoso em seguida!
Se não vos puderes concentrar devido à muita dissipação, visto que a atividade nos leva sempre a exteriorizar-nos, que fazer então? Colher docemente a imaginação, a atividade do espírito, a inquietação do coração, e entregá-las, uma após a outra, a Nosso Senhor; prendê-las nas malhas de sua Santa Vontade, e tudo sem violência, sem ruído, sem comoção, como se faz para apanhar os peixinhos. E a pesca, então, será milagrosa.
Flores da Eucarístia, São Pedro Julião Eymard
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