Quando uma pobre alma sem virtudes, sem merecimentos adquiridos, mas que reconhece o seu estado e o confessa ingenuamente, se aproxima de Nosso Senhor e Lhe fala com a simplicidade e o abandono de um filho para com sua mamãe, outra coisa não o impele senão a doçura da intimidade. Ousaria acaso falar assim de coração aberto na presença de testemunhas? Não; ela ouviu Jesus segredar-lhe: "Vinde a Mim, vós que estais acabrunhados e Eu vos aliviarei" (Mt 11,28). Acercou-se então, e, no segredo, deixou expandir-se o coração, num tocante abandono.
É esse convite, suave e íntimo, que nos chama à Comunhão; sem ele, jamais teríamos coragem de nos aproximar da Santa Mesa, pois a graça de preparação à Comunhão é uma graça de confiança e não uma graça de exame, nem mesmo uma graça de oração. Essas disposições são boas, não há dúvida, mas a verdadeira preparação é ter confiança nestas palavras: "vinde, sou o Deus de vosso coração, não temais".
E esta preparação honra muito mais a Deus do que se vos lançásseis por terra, sem ânimo.
Flores da Eucarístia, São Pedro Julião Eymard
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