Considerando a grande paciência de Deus para com certos ímpios, somos levados a crer que é realidade o que se ouve dizer: basta ser ímpio para viver longamente. O próprio Espírito Santo assim se exprime: " O justo morre deixando por acabar as suas boas obras (cf. Sb 4,7), enquanto o ímpio vive muito tempo em sua malícia" (cf. Ec 8,12).
É que Deus os espera para convertê-los; deixa-os amontoar crimes para que estes se tornem troféus de sua misericórdia. Agradam-Lhe esses golpes grandiosos da graça, esses milagres de conversão, que constituem dias de festa e de misericórdia, dias de júbilo no Céu.
"Deus nos espera para se apiedar de nós" (cf. Sb 12,19-20; 2Pd 3,9). Cada hora vale, assim, por um novo perdão, uma nova criação de misericórdia sobre nós; a justiça insiste, pede constatemente a nossa morte, não querendo mais adiá-la, pois cada minuto de nossa vida lhe pertence. A misericórdia arrebata-lhe a sentença, e, assim, nos cria perpetuamente uma vida nova. Oh! quantas ações de graças devemos à divina misericórdia!
Flores da Eucarístia, São Pedro Julião Eymard
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