Creio, Senhor, que por seres homem tiveste amigos. Creio, Senhor, em teus anseios de amor aos desorientados e perdidos.
Creio, Senhor, que choraste junto de Lázaro, porque sentias afeto humano.
Creio, Senhor, que curaste os leprosos, não para que acreditassem em ti, mas porque eram enfermos e sofriam.
Creio, Senhor, que pediste que fosse afastado teu cálice, porque foi duro teu sofrimento, mas nos quiseste salvar.
Creio, Senhor, que te entregaste à cruz, porque um homem tinha de morrer por todos.
Creio, Senhor, que sempre nos perdoas, porque nunca sabemos o que fazemos.
Senhor, somente tu conheces qual é o trigo e qual é o joio.
Eu te peço que, no dia de amanhã, ponhas à tua direita a boa mão que se apoiou na minha, o amigo que aguentou o meu mau caráter...
o em minha solidão me acompanhou,
e ao que meus defeitos dissimulou;
o surdo que não escutou meu insulto;
o mendigo que aceitou meu pão;
o devedor que perdoou minha pressa;
o amigo que não recusou meu afeto;
o vendedor que, paciente, me esperava;
a criada que, sorridente, me comprazia;
o vizinho que me sorria com simpatia; o porteiro que me mostrou face alegre;
o credor que me esperava;
o que aos meus insultos não prestava atenção; o meu pai por tão oportunas censuras;
a minha mãe que minhas faltas encobria;
o meus irmãos por brigas tão tremendas;
e não obstante os desafios já nem recordados;
os que suportam minhas impertinências;
e lhes pesa por me terem molestado;
o que colocou uma anuência compassiva;
o que restou de importância a meu pecado;
o que esperou demasiado;
os que sabem que não sou santo,
e, não obstante, me gostam tanto.
Graças, Senhor, porque teu é o sucesso conseguido.
Graças pela dor que me feriu,
e mesmo que eu não a haja querido,
me levou para o caminho
da escola silenciosa
de tua cruz redentora.
Os cinco minutos de Jesus - Alfonso Milagro, CMF
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