Na Encarnação, Nosso Senhor desposou a natureza humana tomando uma natureza semelhante à nossa, embora pura e sem pecado, e da qual se serviu para remir o mundo. A natureza humana celebrou no seio de Maria suas primeiras núpcias com o Verbo. E Jesus, porque amava a humanidade que desposara, se entregou por ela, e quis ser chamado o Filho do homem - "Filus Hominis" (Dv 7,13;Mt 26,64).
Mas Jesus Cristo, querendo desposar também cada uma de nossas almas, instituiu a Eucaristia, em que se celebram diariamente as núpcias de Nosso Senhor com a alma cristã, da qual exige apenas a boa vontade. Reveste-a pessoalmente, na Penitência, do traje nupcial.
E a alma se perde em Jesus Cristo, como a gota dágua, caindo no oceano, se torna parte dele.
"Divinae consortes naturae" (cf. 1Cor 12,13.27; Ef 2,19; St 17,28; 2 Pd 1,4). É um contrato feito livremente entre a alma e Jesus, que se unem para formar uma só pessoa moral, contrato que Jesus jamais há de romper. De nossa parte não lhe sejamos infiéis, mas tornemo-lo forte pelo amor, pela fidelidade da consciência, e pela vontade inabalável de antepor a tudo o mais as obrigações que decorrem dele.
Flores da Eucaristia - São Pedro Julião Eymard
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