Oh! Quão tocante é a Missa de meia-noite no mundo cristão! É o fato de Jesus renascer de um modo real sobre o altar, embora que num estado diferente, que imprime à nossa festa de Natal os seus encantos, a alegria aos nossos hinos, o transportes aos nossos corações.
A Eucaristia começa em Belém: aí está o Emanuel (Mt 1,23) que vem habitar no meio de seu povo; começa nesse dia a viver entre nós, e a Eucaristia perpetuará sua presença. Lá, o Verbo se fez carne; no Sacramento, faz-se o pão para nos dar Sua Carne sem que sintamos repugnância.
Em Belém, Jesus começa também a praticar as virtudes do estado sacramental. Oculta sua divindade para acostumar o homem a tratar com Deus e esconde sua glória divina a fim de chegar, gradativamente, a esconder mesmo a sua humanidade; tolhe o seu poder pela fraqueza dos membros infantis: mais tarde há de torná-lo cativo sob as santas espécies. Faz-se pobre, despoja-se de toda propriedade, ele que é o Criador e Soberano Senhor de todas as coisas. O presépio não Lhe pertence, foi-Lhe dado por esmola; vive, com sua Mãe, das ofertas dos pastores e dos presentes dos Magos. Mais tarde, na Eucaristia, há de pedir ao homem abrigo, matéria para o Sacramento, e veste para o seu Sacerdote e o seu altar.
Flores da Eucaristia - São Pedro Julião Eymard
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