Sob qualquer aspecto que se considere a Eucaristia, ela nos lembra de um modo tocante a morte de Nosso Senhor.
Foi instituída na véspera de sua morte, na mesma noite em que se entregou aos inimigos: "Pridie quam pateretur im nocte que tradebatur" (1Cor 11,23). E o nome com que a designa é o testamento selado com seu sangue: "Hoc testamentum est in sanguine meo" (1Cor 11,25).
O Estado de Jesus é um estado de morte. Nas aparições de Bruxelas e de Paris, respectivamente em 1290 e 1369, mostrou as suas chagas, como nossa Vítima. Jesus está sem movimento, sem vontade, semelhante a um morto que se precisa transportar. Em seu redor reina um silêncio de morte; seu altar é um túmulo - e o corporal que envolve a Santa Hóstia é um novo sudário, novum sudarium. Quando o sacerdote vai celebrar o Santo Sacrifício traz sobre si as insígnias da morte: os paramentos sagrados são todos ornados de uma cruz, na frente e nas costas.
Sempre a morte, sempre a cruz - eis o estado da Eucaristia considerada em si mesma.
Flores da Eucaristia - São Pedro Julião Eymard
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