Maria não tinha pecado que expiar, nem original nem atual; não recebera de Deus, como Jesus, o fardo de nossas iniquidades, e por que foi então que sofreu tanto em sua vida, durante a qual teve incessantemente, diante dos olhos o quadro da morte de seu Filho? E porque, principalmente, teve de suportar o martirío do Calvário?
É que o sofrimento é a lei do amor, e foi o amor de Maria que teceu o seu martírio, e porque amava mais do que todas as criaturas sofreu um martírio incomparável.
Outra razão de ser do sofrimento é que ele é a glorificação atual de Jesus Cristo em nós; padecendo, continuamos e completamos o seu sacrifício (cf. Cl 1,24). No caso de Maria, existe ainda o motivo de que a glória da maternidade deve ser conquistada pelo sofrimento. Ao dar à luz o seu Filho Imaculado, foi isenta desta lei, mas quando se tratou de tornar-se nossa Mãe e nos fazer nascer à vida da graça, teve de experimentar-lhe todo o rigor.
Quanto sofreu Jesus Cristo para nos regenerar! Maria sofrerá com Ele, imóvel ao pé da Cruz, partilhando em seu coração todos os tormentos da Paixão a fim de se tornar nossa Mãe adotiva.
Flores da Eucaristia - São Pedro Julião Eymard
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